15/04/2025
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08/04/2025
The Masters 2025
Este texto é especialmente dedicado ao torneio mais icónico do golfe: o The Masters. Vamos explorar as últimas novidades, relembrar a história e tradições que fazem deste evento algo único, analisar o desafiador campo do Augusta National e discutir os favoritos ao título deste ano.
O Masters foi criado em 1934 por Bobby Jones e Clifford Roberts, e desde então é disputado todos os anos no Augusta National Golf Club, na Geórgia. Na verdade, o torneio não se realizou durante os anos 1943, 1944 e 1945, porque durante esses 3 anos da 2ª Guerra mundial o campo esteve temporariamente fechado tendo sido inclusive usado para criação de gado e para cultivar vegetais em apoio ao esforço da guerra.
O campo foi projetado por Alister MacKenzie e foi construído num antigo viveiro de plantas e tornou-se um dos locais mais icónicos do golfe mundial.
O Masters é o primeiro dos 4 Majors da temporada e é famoso pelas suas tradições.
Algumas das tradições que tornam este torneio tão especial são:
Uniformes brancos dos caddies: os caddies dos jogadores vão vestidos com macacões brancos e bonés verdes. Esta tradição remonta às origens do Augusta National Golf Club uma vez que nos primeiros anos do torneio, todos os jogadores eram obrigados a jogar com caddies do próprio clube que se vestiam com esse uniforme. Quando a regra foi alterada para permitir que os golfistas trouxessem os seus próprios caddies, manteve-se esse dress code. O número nas costas do macacão indica a ordem de registo do jogador no torneio, com o número reservado ao campeão do ano anterior.
Jantar dos Campeões: o jantar dos campeões é outra tradição realizada desde 1952, sendo um evento exclusivo que acontece na terça-feira antes do torneio. Foi criado por Ben Hogan e reúne todos os antigos vencedores do Masters e é presidido pelo campeão do ano anterior que escolhe o menu para a noite. Muitas das vezes, os vencedores escolhem pratos típicos da sua região ou do país de origem.
Torneio PAR 3 Contest: na quarta-feira antes do início oficial do Masters, ocorre uma competição amigável disputada num percurso de 9 buracos de PAR 3. Este reúne não só os jogadores do torneio principal mas também ex-campeões e golfistas lendários. O ambiente é descontraído e festivo, com familiares e amigos muitas vezes a fazerem de caddies. Uma superstição popular diz que quem vence o PAR 3 Contest nunca ganha o Masters no mesmo ano. Até hoje nunca foi quebrado este tabu.
Augusta National Women's Amateur e Drive, Chip & Putt Championship - também nos dias anteriores ao Masters realizar-se dois eventos, o Augusta National Women's Amateur que é um torneio feminino que foi criado em 2019 e que reúne as melhores jogadoras amadoras do mundo. A final é disputada no Augusta National promovendo a inclusão do golfe feminino num campo historicamente exclusivo para homens. O outro torneio que é realizado no domingo anterior ao Masters é o Drive, Chip & Putt Championship, um torneio juvenil que dá a oportunidade a crianças entre os 7 e os 15 anos de competirem no Augusta National. O torneio é dividido em 3 desafios, Drive (teste de distância e precisão), Chip (habilidade de jogo curto) e Putt (precisão nos greens de Augusta). Este evento incentiva a nova geração a apaixonar-se pelo golfe.
Tacada inaugural: outra tradição é a tacada inaugural do Masters, onde golfistas lendários dão o primeiro Drive do torneio na manhã de quinta-feira, marcando o início oficial da competição. Para o ano 2025, está previsto ser realizada pelas lendas Jack Nicklaus, Gary Player e Tom Watson.
Jaqueta Verde: também para diferenciar de outros torneios desde 1949 que o vencedor recebe a famosa jaqueta verde, símbolo de pertença a um grupo restrito de campeões do Masters.
O Augusta National Golf Club é um dos campos mais belos e desafiadores do mundo, famoso pelas suas paisagens e pelo layout técnico. Cada um dos 18 buracos é nomeado com base numa planta ou árvore da região, com destaque para os icónicos buracos da Amen Corner (buracos 11, 12 e 13), onde ocorrem momentos decisivos do torneio.
Para 2025, o comprimento do percurso tem 7.555 jardas, mantendo o par 72.
Como alterações no campo para este ano destaca-se o buraco 13, "Azalea", que foi alongado para 545 jardas, aumentando a dificuldade estratégica. Além disso, quatro greens foram reconstruídos após os danos causados pelo furacão Helene em 2024, incluindo o icónico buraco 16, "Redbud". Apesar dessas mudanças, jogadores como Rory McIlroy observaram que o campo mantém a sua essência, com diferenças subtis como a redução de sombras devido à perda de algumas árvores.
O campo é um espetáculo natural, com azáleas, magnólias e cerejeiras, e fora dos fairways, a tradicional caruma de pinheiro cobre o solo, ajudando na manutenção e estética.
Os principais candidatos ao título do Masters 2025 incluem:
Scottie Scheffler – O número 1 do mundo chega em grande forma e já tem experiência em Augusta.
Jon Rahm – Campeão do Masters 2023, é sempre um dos favoritos.
Rory McIlroy – Em busca do tão esperado título para completar o Grand Slam.
Tiger Woods por sua vez não pode participar , tendo contraído uma lesão recente no tendão de aquiles.
Jack Nicklaus detém o recorde de mais vitórias no Masters, com seis títulos entre 1963 e 1986. Tiger Woods segue com cinco vitórias, incluindo seu triunfo em 2019. Arnold Palmer conquistou quatro títulos entre 1958 e 1964. Outros múltiplos campeões incluem Jimmy Demaret, Sam Snead, Gary Player, Nick Faldo e Phil Mickelson, cada um com três vitórias.
O Masters 2025 promete ser um dos mais emocionantes da história! Entre as mudanças no campo, a luta pela jaqueta verde e as lendas presentes, teremos uma semana incrível pela frente.
Até o próximo episódio e boas tacadas.
13/03/2025
26/02/2025
Pitching
Anteriormente vimos que o chipping é uma abordagem na qual jogamos a bola um pouco pelo ar e que depois rola bastante pelo green. O pitching é o oposto, a bola voar pelo ar e pára rapidamente quando aterra no green. Isto deve-se à trajetória alta da bola, um pouco como acontece num "lob" no ténis, como a bola cai quase na vertical, rola muito pouco, sendo também o efeito de backspin que impede que role. Assim é obvio que deve utilizar os tacos com mais loft para este tipo de tacada: um pitch, um sand wedge ou mesmo um lob wedge.
Em termos de técnica, a posição de "address" é a mesma que para um chip, stance mais estreito e aberto, mãos avançadas em relação à bola e o peso do corpo mais sobre a perna esquerda. Mas existe uma diferença em relação ao chipping: como é preciso atacar a bola com firmeza para a mesma subir, é necessário ter uma boa acção das mãos. Deve-se portanto quebrar os punhos no Backswing, mas tenha em atenção para o lado direito nunca assumir o controlo, neste tipo de tacada a mão esquerda é que guia o taco no Backswing, a direita desempenha o seu papel normal como acontece numa tacada de fullswing. A mão direita não deve passar a esquerda mesmo após o impacto. Tal como acontece no chipping, as costas da mão esquerda devem apontar para o alvo, ainda depois do impacto na bola.
Para obter o máximo de Spin da bola, ambas as mãos devem estar equilibradas: a esquerda guia e a direita bate. Os joelhos devem estar flectidos para esta abordagem, e o peso do corpo deve ser transferido para o lado esquerdo, na parte exterior do pé esquerdo. Flectir ligeiramente os joelhos e deslocar o peso define o ritmo e a cadência da tacada.
O pitching como o chipping não requerem um movimento completo, a amplitude de backswing é crucial e determina a distância da tacada. Como referi anteriormente, em cada tacada de golfe, mesmo num pequeno chip deve ser realizada com aceleração da cabeça do taco. Para manter o controlo da tacada, ou seja o controlo da distância, a amplitude de backswing deve manter-se em relação direta com o follow-through da tacada a realizar, o que vai para trás tem de ir igual ou mais para a frente. Este é o principal "terror" para muitos jogadores e só pode ser ultrapassado com treino adequado.
A aceleração para uma tacada de fullswing não representa um grande problema porque podemos jogar com toda a aceleração que quisermos e se a bola for muito longa podemos sempre reajustar jogando um taco a menos. Mas o próprio objectivo do jogo curto é enviar a bola à distância certa, ou seja ajustar a aceleração do taco à amplitude do Backswing. É óbvio que uma aproximação pequena perto do green requer apenas uma pequena aceleração e, portanto, apenas um ligeiro backswing. Por outro lado, uma aproximação de 40 metros requer muito mais aceleração e, portanto, cerca de meio movimento de backswing. Isto faz com que tenha em mente apenas uma coisa em vez de duas e deve tornar as coisas mais fáceis. É claro que isto exige que encontre a altura certa de backswing para cada distância.
Para ajudar, tudo aqui está no ritmo e na cadência, se o jogador conseguir um ritmo consistente durante todo o jogo e o aplicar ao jogo curto será muito mais fácil estabelecer a relação entre a amplitude de backswing e a distância que a bola faz. Se, por outro lado, o seu ritmo for irregular terá sempre problemas no jogo curto.
Existem muitas formas de controlar a distância da bola no pitching, sendo que a preferida pela maioria dos jogadores é ajustar a amplitude de movimento do Backswing, mantendo o movimento para a frente completo.
Então devemos treinar utilizando o método do relógio:
- Backswing às 8 horas
- Backswing às 9 horas
- Backswing às 10 horas
O ritmo do movimento deve ser suave, com o backswing e o Downswing com o mesmo ritmo. Isto tendo em conta que o mostrador de um relógio tem como referência das 12 horas a nossa cabeça e as 6 horas o centro do "stance", o jogador pode controlar o comprimento do Backswing utilizando as referências das 8, 9 e 10 horas como pontos de controlo e desta forma o jogador pode movimentar o braço esquerdo que serve de ponteiro às referências e de seguida completar todo o movimento para a frente.
Outra questão importante durante o jogo no campo será a escolha entre fazer um chip ou um pitch. Na minha opinião devemos de fazer um chip sempre que seja seguro fazê-lo e só escolhermos executar o pitching quando existe um obstáculo entre a bola e a bandeira, como por exemplo um bunker ou quando o terreno entre a bola e a bandeira é irregular, demasiado seco ou molhado, devemos evitar qualquer terreno que não provoque um salto normal senão o resultado será uma autêntica lotaria. Nestes casos, o melhor será jogar diretamente a bola para o green do que fazer a bola rolar através do avant-green, esperando que role bem até ao buraco.
08/01/2025
Posição da Bola
No seguimento dos posts anteriores onde abordamos os fundamentos do pré-swing: pega e pontaria, do stance e da postura, para terminar falta falar da posição da bola em relação ao stance.
Então como o objectivo principal destes posts seria um género de um curso para iniciantes, vamos abordar a posição da bola para um shot normal ou seja para uma tacada square em que o voo da bola pretendido é reto, pois é assim que um iniciante deve aprender.
Mais tarde, para um jogador já avançado na modalidade, para fazer um shot alto ou baixo a posição da bola já vai ser alterada.
Portanto, ao iniciar-se no golfe o jogador deve colocar a bola num ponto no stance em que o taco se desloca em direção ao alvo quando a sua velocidade é mais elevada para que possamos aproveitar ao máximo a nossa capacidade física.
Esta situação ocorre num ponto entre o centro do stance e a parte interna do pé dianteiro.
Então a bola deve ser posicionada à frente do centro do stance quando utilizamos os wedges e os ferros 9,8,7, depois à medida que o ferro é maior como o ferro 6,5,4,3 e os ferros dão lugar aos híbridos e madeiras a bola é progressivamente colocada mais para a frente do stance até que esteja exatamente alinhada com a parte interna do pé dianteiro quando jogamos com o Driver.
A posição da bola é um factor importante na medida em que pode afectar a direção da saída da bola, ou seja o voo inicial, bem como o alinhamento do nosso corpo e linha do swing.
Por exemplo, se tivermos a bola muito atrás no stance a bola vai sair para a direita, o alinhamento dos ombros será para a direita fechado, e o taco era chegar à bola com a face aberta, isto se não houver compensações durante o swing.
Chegamos assim ao fim do pré-swing, no próximo episódio iremos abordar o movimento de swing.