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26/11/2012

Preparação Física no Golfe

Porque é necessária a preparação física no golfe?
Há tempos atrás, e ainda nos dias de hoje, o golfe era considerado por leigos como um desporto passivo, praticado por pessoas importantes que não têm a energia suficiente ou cujas limitações físicas os impedem de praticar outras modalidades mais exigentes. A imagem do golfista é vulgarmente representada como um senhor de idade avançada, com excesso de peso, com um abdómen proeminente, pouca flexibilidade, escassa força e conduta alimentar nula.
No entanto, todos os jogadores de golfe querem jogar cada vez melhor. Este desejo é comum desde iniciantes amadores até jogadores profissionais. Para muitos, o golfe é uma possibilidade de relaxar, para aliviar o stress, fechar negócios e fazer exercício. Mas o desejo de melhorar o handicap e os resultados é uma realidade mesmo para o golfista recreativo. O método frequentemente procurado pelos jogadores para melhorar o jogo é através de lições com profissionais ou praticando golfe com maior frequência. Embora estes métodos pareçam ser lógicos, é por este mesmo motivo que muitos golfistas sofrem lesões e raramente atingem o seu potencial. E porquê? Simples, porque são poucos os jogadores de golfe que procuram realizar uma preparação física especifica para melhorar o nível de jogo.
Os golfistas amadores conseguem aproximadamente 90% da actividade muscular máxima quando dão a tacada. Esta é a mesma intensidade que pegar num peso que só conseguimos levantar 4 vezes antes da fadiga total. No entanto, os jogadores de golfe não têm em mente que batem a bola numa média de 30 a 40 vezes num jogo a essa intensidade!
A maioria dos jogadores de golfe iniciam-se neste deporto numa idade em que já não praticam nenhum outro, quer a nível competitivo, quer desportos colectivos ou outras actividades fisicamente exigentes. O golfe é geralmente visto como um jogo de habilidade técnica com pouca exigência física em relação à maioria dos outros desportos. Infelizmente, este equívoco comum é muitas vezes a causa de lesões e/ou da estagnação na evolução da performance.
A razão para isso é muito simples: o golfe bem praticado é altamente atlético!

25/11/2012

Treino do CORE para o golfe

Actualmente, a questão do treino não está apenas ligada ao âmbito técnico, táctico, físico, de força, velocidade e flexibilidade, mas sim à especificidade e funcionalidade das modalidades e gestos realizados em cada modalidade desportiva.
A falta de especificidade nos treinos pode perturbar a evolução do atleta de acordo com a modalidade, ou seja, treinos que fazem distinção entre os exercícios e o desporto ocupam o tempo de preparação com itens menos eficientes.
O termo funcional, muito utilizado nos dias de hoje, refere-se à função que o exercício tem na musculatura e nos movimentos envolvidos na actividade principal, e implica que o treino seja cada vez mais planificado e de encontro às necessidades específicas da modalidade.
Os movimentos funcionais são altamente dependentes do core. O core é constituído por dois grupos musculares inferiores do tronco, os músculos anteriores (abdominais) e os músculos posteriores (extensores), que com os músculos das ancas, formam o que se chama de core – o núcleo do corpo.
O core é portanto o nosso centro de gravidade, responsável por manter a estabilidade da coluna e da bacia quando realizamos o swing. Um core mais forte significa ter mais equilíbrio e controle sobre o próprio corpo, o que é especialmente importante durante o swing, normalmente executado num terreno irregular e instável. Além disso, é o core que protege a coluna vertebral, absorvendo o impacto do swing e mantendo a postura correcta mesmo quando o cansaço se instala.
A falta de desenvolvimento do core pode então originar uma maior propensão para ocorrência de lesões. Desta forma, o core não pode ser ignorado pelo jogador de golfe, pois é a ligação entre todos os movimentos e pode tornar o jogador mais ágil e simultaneamente mais forte.
O core deverá ser trabalhado de forma igual em todas as suas componentes, não só para prevenir lesões na coluna, pois a maioria são provocadas por desequilíbrios musculares, mas também para melhorar o desempenho do atleta. Qualquer movimento realizado é garantido pela estabilidade proporcionada pelos músculos do core, tendo mais qualidade e eficiência se o core for forte.
Quando o core trabalha bem, pouca energia é perdida em movimentos indesejáveis da coluna e das ancas. O core permite que o corpo produza força, reduza força e se estabilize em reacção a estímulos externos. Isso ajuda o atleta a gerar mais energia também nos músculos que estão “ancorados” ao tronco. Ao fazer menos contracções para obter a mesma força, o risco de lesões diminui. Consequentemente, o core garante um melhor set up, movimentos mais eficazes, traduzindo-se num swing mais potente, além de reduzir o risco de lesões.
Em contrapartida, um core enfraquecido faz com que se perca energia e aumenta o risco de lesões. Se os membros superiores e inferiores forem fortes e o core for fraco, não só é prejudicada a mecânica do swing, como também aumentar a probabilidade de lesão, uma vez que o stress articular a nível da coluna lombar é maior durante a rotação do tronco. O fortalecimento do core também constitui uma solução para compensações individuais, como vícios posturais/mecânicos (ex.: movimentação excessiva da cabeça e das ancas, a lordose acentuada e numa postura curvada - cifótica).
A estabilidade postural depende então da conjugação de três factores: estabilidade da parte inferior do tronco (lombar), mobilidade da parte superior do tronco (toráx e dorsal) e força muscular ao nível do tronco no geral.