Nesta página deixo alguns dos símbolos de Makers de tacos de Golfe Hickory mais conhecidos antes de 1930.
20/05/2025
Símbolos de Makers de Tacos de Golfe Hickory antes de 1930
08/04/2025
90 anos de Golfe na Madeira
A prática do Golfe na Madeira já leva quase 100 anos.
Para além da vertente desportiva, a modalidade tem-se revelado importante para o turismo regional.
São 9 décadas de histórias que recordamos, recorrendo à sua evolução na região.
23/03/2025
O Handicap
- Todo jogador de golfe conhece e respeita as regras de golfe;
- Todo jogador de golfe joga com fair-play;
- Todo jogador de golfe é honesto;
- Todo jogador de golfe faz sempre o melhor resultado possível em cada buraco e em cada volta;
- Todo jogador de golfe apresenta o maior número de resultados válidos para a gestão de handicaps.
19/03/2025
Putting ou a Arte do Putter
13/03/2025
20/02/2025
Campo de Golfe da Praia da Rocha
19/02/2025
A Longevidade de Gary Player
Gary Player, um dos maiores golfistas de todos os tempos, é conhecido não apenas por suas conquistas no golfe, mas também pela sua longevidade activa e saúde invejável. Aos 89 anos, ele continua em forma, jogando golfe regularmente e inspirando pessoas em todo o mundo. Mas qual é o segredo dessa vitalidade?
Em primeiro lugar, Gary Player sempre foi um defensor da prática de exercícios físicos. Ele mantém uma rotina de treino rigorosa, que inclui musculação, cardio e alongamentos. Além disso, tem uma alimentação saudável, com uma dieta rica em frutas, legumes e proteínas magras.
Outro fator importante é a paixão de Gary Player pelo golfe. Ele joga desde criança e nunca perdeu o entusiasmo pelo desporto. Manter-se ativo e envolvido em uma actividade que ama contribui para a sua saúde física e mental.
Gary Player também é um exemplo de disciplina e determinação. Ele sempre se dedicou ao máximo para alcançar os seus objetivos, tanto no desporto quanto na vida pessoal. Essa mentalidade positiva e resiliente ajuda-o a superar desafios e a manter o foco nos seus objetivos.
Além disso, Gary Player valoriza muito o tempo que passa com a sua família e amigos. Ele acredita que os relacionamentos são importantes para uma vida feliz e saudável.
Em resumo, os segredos da longevidade activa de Gary Player são:
Prática regular de exercícios físicos
Alimentação saudável
Paixão pelo golfe
Disciplina e determinação
Valorização dos relacionamentos
Aos 86 anos, o tricampeão do Masters revelou que queria manter a sua pontuação em Augusta num número menor que sua idade e a sua velocidade de swing maior que a idade.
Cerca de 12 meses depois, Player disse: "Tenho uma média de par, estou a bater a 240 jardas do tee e já pontuei abaixo da minha idade 3.071 vezes seguidas , o que é um recorde mundial", diz ele.
“Quero chegar aos 4.000, mas não sei se viverei tanto tempo.”
13/02/2025
Entrevista #3 Samo Manhiça (Clube de Golfe da Polana)
Carlos Guerreiro (CG)- Samo, desde já o meu obrigado por ter aceite este convite.
SM- Eu agradeço pela oportunidade e comprimento a todos os ouvintes.
SM- O Clube de Golfe da Polana surge no ano de 1895, nos terrenos onde se encontravam os depósitos da Caltex na baixa da cidade.
CG- Esse então foi o primeiro campo, depois surge um segundo campo em que mudam de localização?
SM- Em 1914, o campo do Clube de Golfe da Polana mudou-se para a zona de Sommerschield, bairro da Polana, ocupando uma área onde se encontra a Igreja de Santo António da Polana, o Hotel Polana e toda a zona "A" do Bairro dos Cronistas. Diz-se ainda que o Club House do Clube era logo ali onde presentemente é o Hotel Polana.
CG- Depois surge o campo atual, numa nova localização?
SM- A expansão urbana para essa zona obrigou o Clube de Golf da Polana a procurar outro espaço, vindo a estabelecer-se para ter de 1955 com a construção do novo campo de 18 buracos, o atual, ao longo da rua de Inhamiara, no bairro da Polana Caniço "A", ocupando uma área de quase 80 hectares.
CG- e o Campo de Golfe é propriedade do clube?
SM- Os cerca de 80 hectares do campo foram objeto de uma concessão do município de Maputo, ao Clube de Golfe da Polana, por um período de 50 anos, renovado por um igual período, pelo então presidente do município em 2005. A atual sede, o Club House, o Parque infantil, Piscina, Campo de squash, inaugurado mais tarde, por aí em 1964, é tudo imóveis de propriedade do Clube de Cofo da Plano, implantado em uma área de serventia de cerca de 2 hectares.
CG- Quem foi o arquiteto que desenhou o campo?
SM- Bom, o arquicteto do campo, não encontrei registos assim oficiais, mas há uma corrente unânime no nome do sul-africano Gary Player. O Gary Player está associado a muitos campeonatos internacionais, deputados no campo do Clube de Golfe, na então direcção presidida pelo João Ferrão.
CG- Entretanto o campo conheceu tempos difíceis após as cheias de 2000, actualmente em que estado se encontra o campo?
SM- Nas cheias de 2000, três buracos foram destruídos e ainda não foram reabilitados, até porque estas cheias encontraram fragilidades, uma vez que no período que se seguiu a independência nacional, em 1975, o campo do Clube do Golfe da Polana passou uma fase de quase total abandono, tendo sido, na altura, decisiva a atitude de antigos empregados, jogadores, caddies, que com enorme sacrifício e determinação mantiveram as instalações e o campo intacto, evitando dessa maneira e torneando até as diversas tentativas de ocupação. Nessa altura, o campo do Clube de Golfe sobreviveu através de patrocínios, donativos e pessoas de boa vontade. Mas, lamentavelmente, os montantes angariados apenas podiam ajudar à manutenção corrente do campo, por isso até hoje os três buracos não foram reabilitados.
CG - E o layout do campo continua igual ao original ou foi alterado?
SM- O layout do campo mantém-se o mesmo embora tivéssemos de fazer uma adaptação nos buracos 14 - 15 - 16 perdidos nas cheias de 2000 e fizemos outros similares, portanto no buraco 10 temos 2 tees, no buraco 17 temos 2 greens e 2 tees e no buraco 18 temos 2 tees.
CG - Qual é o par do campo e o Record oficial do campo?
SM - O par do campo era 74 pancadas mas foi adaptado para 72 pancadas ajustando também os strokes index. O record foi feito depois da independência e antes das cheias de 2000 e pertence ao Raul Pereira com 68 pancadas, agora muitos daqueles obstáculos que existiam sumiram e nunca se mexeu no rating do campo.
CG- Em termos de competição qual é o vosso torneio mais importante?
SM - O torneio que nos encaramos com maior importância apelidamos de torneio mérito que é feito no final da época desportiva do clube e elege o melhor jogador do ano, aquele que é mais regular e o ano passado o vencedor foi Meque Inguana.
CG- Actualmente, quantos sócios tem o vosso clube?
SM- Neste momento temos cerca de 220 sócios, dos quais 140 são efectivos e 80 não efectivos, se comparado com o período antes da independência ficamos aquém dos 300 sócios.
CG- e qual o preço de green-fee praticado pelo vosso clube?
SM- O green-fee actual é de 800 meticais para uma ronda de 18 buracos.
CG- E o samo como e quanto teve o primeiro contacto com o golfe?
SM- Comecei a praticar golfe no ano de 2000 por influência dos meus 3 irmãos que também são praticantes de golfe, agora tenho um filho e sobrinhos, todos com alguma paixão pelo golfe.
CG- Em termos de condições de treino, que zonas tem de treino, Driving Range e Putting-green?
SM- Temos um Putting-green que é o nosso cartão de visita, não temos um Driving Range propriamente dito, os nossos treinos são feitos num Fairway improvisado mas temos a zona identificada para Driving Range e neste momento estamos à procura de um sponsor.
CG- Existe loja no clube ou existe uma loja na cidade onde possam comprar equipamento?
SM- Não temos um Pro Shop no clube nem temos uma loja de equipamento em Maputo, a não ser supermercados que de vez enquando vendem alguns acessórios.
CG- Quais são os planos futuros para o melhorar o campo?
SM- Estudos feitos num passado recente revelam que para a reabilitação dos 18 buracos incluindo os 3 perdidos, vedação de todo o perímetro, instalação de sistemas de rega, drenagem, reabilitação dos acessos e outras instalações de suporte, a própria aquisição de equipamento para tratamento da relva são necessários cerca de 3 milhões de dólares. A própria manutenção corrente do campo o estudo revela cerca de 25 mil dólares por mês, no entanto o nosso clube tem de receita de sócios certo de 5 mil dólares por mês. Face a estas situações todas, os sócios chegaram à conclusão que a situação actual não permite sair da sobrevivência precária e que só um projecto imobiliário poderá tornar possível a recuperação do campo para atingir os níveis aceitáveis.
CG- E como estão a promover o golfe? O que tem feito para atrair mais jogadores?
SM- Para promoção do golfe desenhamos diferentes produtos de repercussão para as empresas patrocinadoras do campo, oferecemos também Golf Days, actividades empresariais, lições de golfe, também garantimos a exposição dos produtos e serviços no campo, para além da publicação da marca, fora disso temos no clube a escola de golfe em que os principais intervenientes são adolescentes jovens com o objectivo de maximizar a prática do golfe no país.
CG- Quantos campos de golfe existem actualmente em Moçambique?
SM- Em Moçambique temos 4 campos oficiais, em Maputo o Clube de Golfe da Polana e o Campo de Golfe de Xinavane, na Beira temos o campo de Golfe da Beira e na Zambézia o Gurue Golf Club.
CG- Mas o vosso clube foi o único do país até que data?
SM- O Clube de Golfe da Polana foi o único em Moçambique até meados de 1907 altura em que se criou o Campo de Golfe da Beira, mais tarde o de Gurue e mais recentemente o de Xinavane.
CG- E os dois primeiros campos do Clube de Golfe da Polana já eram relvados ou em terra batida?
SM- Portanto, o primeiro campo era um campo semi-relvado, tinha somente os greens relvados, o resto era tudo areia, tal como o segundo campo, o único campo totalmente relvado é o actual.
CG- Obrigado pela agradável entrevista que certamente vai ser interessante para os meus ouvintes e desejo um futuro risonho para o Golfe em Moçambique.
SM- O meu muito obrigado por ter reservado um tempo para me entrevistar. Obrigado.
09/02/2025
Chipping
Para compreender melhor a abordagem de um chip, tente imaginar como se estivesse a realizar um putt pelo ar. Deve ver a linha como se tratasse de um putt, mas a bola percorrerá uma parte pelo ar. De uma forma simples, embora varie um pouco de jogador para jogador, conte que um chip com um ferro 7 irá voar 20% e rolar 80%, enquanto um pitch wedge irá voar 60% e rolar 40% e já com um sand wedge irá voar 75% e rolar 25%. Tente treinar com vários tacos, pois terá mais ferramentas a utilizar em cada abordagem.
Em termos de técnica, não será igual ao putting, pois as mãos devem estar sempre avançadas em relação à bola. No address, a postura deve ser suficientemente firme e aberta para permitir que a linha seja claramente vista e não impeça o movimento pendular dos braços durante o movimento. O ângulo formado pelo braço esquerdo e o taco no address, com as mãos à frente da bola, deve manter-se durante todo o movimento. O chipping é um movimento de swing de braços, permanecendo a posição do corpo praticamente inalterada. Aqui, tal como no putting, só que aqui é necessário manter a flexibilidade dos joelhos para equilibrar o movimento dos braços e manter a cadência, que também é fundamental. Há ainda uma sugestão de transferência de peso para o pé esquerdo para orientar o movimento. O stance deve ser estreito, os pés mais próximos e relativamente abertos.
Em relação ao backswing, num chip nunca chegamos a realizar o set do taco. Basicamente, é um movimento curto com o taco sempre próximo do chão. Não existe uma regra que diga que um backswing de 70 cm com um pitch equivale a um chip de 15 metros, cabe a todos praticar com vários tacos, desde o ferro 7 até aos wedge, para adquirir habilidade. A amplitude de subida no backswing é essencial para aproximações rolantes. Se a subida for demasiado grande para a distância da pancada, a tendência é abrandar na descida do taco antes da bola. Esta desaceleração traz efeitos dramáticos e o resultado será um golpe sem controle de força e direção, que só vai até metade da distância. Por outro lado, num backswing demasiado curto, o taco não terá tempo para acelerar na descida, ou a cadência do shot deixará de existir. O resultado será bater a bola por cima e não se mexer, ou sair disparada atravessando todo o green. Mesmo as pancadas mais curtas devem ser realizadas acelerando a cabeça do taco na direção da bola, e mantendo sempre o mesmo ritmo controlado. Acima de tudo, não deve apressar o movimento, suba o taco a amplitude que acha necessário, e sinta que pára um pouco até começar a descer novamente, fazendo uma pequena pausa. Isto ajuda no timing. É mantendo este ritmo constante que pode controlar a amplitude de subida do taco. Se o ritmo não for consistente, pode acertar 20 pancadas com exatamente a mesma amplitude, mas todas fazem distâncias diferentes, e não é isto que se pretende.
Se é um mau jogador de chips, verifique a forma como segura o taco, reveja o grip. Experimente também colocar as mãos mais abaixo no taco, terá mais controle e acertará com mais firmeza na bola. Outro erro comum é manter-se demasiado longe da bola. Isto faz com que a face do taco saia da linha do alvo. Resumindo, o chipping é um movimento de putting pelo ar. Existem várias maneiras de o fazer. Eu pessoalmente prefiro usar um pouco os punhos ao invés de os manter totalmente bloqueados, como ensinam muitos treinadores, isto por uma questão de sensação, de "touch", que é melhor num movimento com braços e punhos.
Este artigo pode ser ouvido através do podcast do Spotify Golfe 100 Segredos:
31/01/2025
Entrevista #2 Paola Mariani (Viveiro Golf Club)
21/01/2025
Swing de Golfe
Nos artigos anteriores foram abordados os aspectos importantes para o pré-swing, ou seja o grip, o alinhamento/pontaria, o stance/postura e a posição da bola. Dando continuidade à técnica base por onde um jogador iniciante tem de se guiar, vamos abordar o swing de golfe.
O “Swing” é o movimento combinado entre o taco, mãos, braços, tronco e membros inferiores, sendo essencial que todos eles trabalhem em conjunto criando um movimento correcto e coordenado.
O objectivo único do “swing” é fazer regressar a face do taco à bola de forma correcta/ controlada.
O swing de golfe pode ser dividido em 7 fases:
Pré-swing e waggle
Takeaway
Backswing
Downswing
Impacto
Followthrough
Finish
1- Pré-Swing: envolve tudo o que vimos anteriormente como grip, alinhamento/pontaria, stance/postura e posição da bola, bem como um ligeiro movimento de preparação/descontração antes de iniciar o swing, que se chama waggle, que cada jogador tem o seu próprio jeito, uns avançam um pouco as mãos antes de iniciar o movimento, outras balançam o taco, etc. Este pequeno movimento ajuda a relaxar e diminuir a tensão muscular.
2- Take-Away: Movimento inicial do swing. A fluidez e qualidade do swing irão ser influenciadas pelo take-away, como tal é uma fase importante.
Os ombros formam com os braços, antebraços e mãos um triângulo e esse triângulo deverá manter-se durante o movimento até chegar à perna direita, sendo importante que os ombros, braços, mãos e taco se desloquem em conjunto de forma a transmitir uma sensação de bloco – “uma só peça”, não existindo até aqui movimento de rotação das ancas e o ângulo de flexão dos joelhos não é alterado e o peso do corpo mantem-se no lado interior do pé direito.
3- Backswing, onde a seguir ao takeaway temos o set do taco que é criado através da quebra dos punhos (desvio radial de ambos os punhos com ligeira extensão do punho direito) num ângulo de 90º entre o taco e o braço esquerdo;
A ponta do grip deve apontar para um ponto entre a linha do alvo (linha imaginária entre a bola e o alvo) e a linha dos pés (linha imaginária entre os dois pés),
É desta posição que os músculos “grandes” e o tronco tomam conta do movimento. A partir daqui com um takeaway eficiente e o set do taco correcto será fácil adquirir uma posição consistente no final do backswing. O topo do Backswing consiste apenas em colocar o taco e o corpo numa posição efectiva para começar o Downswing e o respectivo ataque à bola. Esta posição não é estática e constitui apenas um ponto de referência inserido num movimento fluido;
No topo do backswing podemos verificar:
Posição da face do taco;
A vareta do taco deve estar paralela à linha do alvo;
Dependendo do tipo de swing, flexibilidade e do grau de rotação dos ombros de cada jogador, a vareta do taco deverá estar quase ou paralela ao solo;
Que o peso foi transferido para o lado direito e se encontra para além do interior do pé;
Ombro esquerdo deve rodar para baixo do queixo;
Costas devem estar a apontar para o alvo e o ângulo da coluna vertebral é mantido (igual inclinação ao pré-swing);
4- DownSwing - A transição do backswing para downswing, é iniciada com um ligeiro movimento de transferência do peso para a perna esquerda, mesmo antes de o tronco começar a rodar.
Para executar este movimento correctamente é importante que as ancas não impeçam a rotação, girando em direcção ao alvo.
O taco desce e move-se para a frente na direcção da bola no mesmo plano do backswing em consequência da rotação do tronco, braços e mãos;
5- Impacto é o m ouomento em que a face do taco tem contacto com a bola;
É importante perceber que o impacto faz apenas parte de um movimento e é uma passagem do taco pela bola e que conscientemente não podemos controlar. Para tal, um bom impacto está dependente de um bom backswing e downswing. Nesta fase, será importante verificar se o ângulo da coluna vertebral não foi alterado até e durante o impacto. As ancas e ombros devem estar ligeiramente abertas em relação à linha do alvo ou seja já a apontar para a esquerda. Manter o joelho flectido para absorver o impacto e criar boa estabilidade para o resto da rotação do corpo. O punho esquerdo deve estar direito ou até ligeiramente flectido e o braço esquerdo em esticado, de forma a criar uma linha recta entre taco, mão e braço. O peso nesta fase já deve estar maioritariamente no lado esquerdo.
6- Followtrought: a simetria existente num bom swing é novamente evidente nos momentos após o impacto à medida que os braços fazem o “release” da cabeça do taco em direcção ao alvo. A mão direita roda sobre a mão esquerda;
Nesta fase, as ancas rodam mais para a esquerda e o peso está mais sobre o pé esquerdo.
7- Finish: É o terminar do swing, sendo importante que o jogador termine o swing em equilíbrio com uma boa rotação do tronco em direcção ao alvo. O peso quase na totalidade do lado esquerdo.
Este artigo pode ser ouvido através do podcast do Spotify Golfe 100 Segredos
08/01/2025
Posição da Bola
No seguimento dos posts anteriores onde abordamos os fundamentos do pré-swing: pega e pontaria, do stance e da postura, para terminar falta falar da posição da bola em relação ao stance.
Então como o objectivo principal destes posts seria um género de um curso para iniciantes, vamos abordar a posição da bola para um shot normal ou seja para uma tacada square em que o voo da bola pretendido é reto, pois é assim que um iniciante deve aprender.
Mais tarde, para um jogador já avançado na modalidade, para fazer um shot alto ou baixo a posição da bola já vai ser alterada.
Portanto, ao iniciar-se no golfe o jogador deve colocar a bola num ponto no stance em que o taco se desloca em direção ao alvo quando a sua velocidade é mais elevada para que possamos aproveitar ao máximo a nossa capacidade física.
Esta situação ocorre num ponto entre o centro do stance e a parte interna do pé dianteiro.
Então a bola deve ser posicionada à frente do centro do stance quando utilizamos os wedges e os ferros 9,8,7, depois à medida que o ferro é maior como o ferro 6,5,4,3 e os ferros dão lugar aos híbridos e madeiras a bola é progressivamente colocada mais para a frente do stance até que esteja exatamente alinhada com a parte interna do pé dianteiro quando jogamos com o Driver.
A posição da bola é um factor importante na medida em que pode afectar a direção da saída da bola, ou seja o voo inicial, bem como o alinhamento do nosso corpo e linha do swing.
Por exemplo, se tivermos a bola muito atrás no stance a bola vai sair para a direita, o alinhamento dos ombros será para a direita fechado, e o taco era chegar à bola com a face aberta, isto se não houver compensações durante o swing.
Chegamos assim ao fim do pré-swing, no próximo episódio iremos abordar o movimento de swing.
06/01/2025
Stance e Postura no Golfe
A postura à bola é muito importante porque controla tanto o plano do swing como o equilíbrio do jogador de golfe. Na minha opinião, a cabeça deve estar sempre atrás da linha vertical que sai da bola, os joelhos devem estar ligeiramente flectidos e o tronco inclinado de modo a que os seus braços alcancem naturalmente o topo do grip. O braço esquerdo deve estar firme o suficiente para formar uma linha recta com o grip do taco até à bola. Não se deve tensionar o braço direito mas sim dobrá-lo ligeiramente. Assim, naturalmente o ombro direito fica mais baixo que o esquerdo e o lado direito do corpo abaixo do esquerdo.
Uma boa postura no golfe é composta por vários aspectos, a largura correcta do stance, a flexão correcta dos joelhos, o ângulo dos pés e a postura da coluna vertebral.
Um stance muito estreito impede o jogador de gerar potência no swing pela dificuldade de manter o equilíbrio. Por outro lado, se o stance for demasiado largo, o jogador vai ter dificuldade para transferir o peso do corpo durante o swing, sendo que essa transferência é essencial para gerar potência, ritmo e impacto com a bola. Para garantir a largura correcta do stance, pode-se medir a largura dos ombros utilizando um taco e verificar a mesma distância entre as partes internas dos pés. Esta distância deve ser utilizada para ferros. Para madeiras e Driver, essa distância deve ser aumentada em cerca de 5 cms. Para tacadas com ferros curtos/wedges e jogo curto (pitching e chipping) não precisamos de um stance assim tão largo e devemos reduzir a largura em cerca de 5 cms.
Evite abrir as pontas dos pés para fora num ângulo exagerado. O pé direito deve estar num ângulo recto em relação à linha do alvo e o pé esquerdo pode estar num ângulo para fora mas apenas ligeiramente.
O peso do corpo deve ser distribuído 50/50 entre a ponta dos pés e os calcanhares, assim como 50/50 entre o pé esquerdo e o direito na maioria das tacadas.
Uma postura correcta é assim crucial para tacadas consistentes, precisas e potentes na bola. Não necessita ser um atleta para conseguir uma boa postura com a bola.
O swing de golfe é essencialmente um movimento de rotação do tronco em torno da coluna vertebral que não é mais do que o nosso eixo central. Quanto melhor a posição e o ângulo da nossa coluna na posição de address, melhor será durante todo o swing, especialmente no impacto.
As pessoas são todas diferentes e têm posturas naturais diferentes. Mesmo que a postura corporal possa não ser óptima quando está sentado ou em pé, com treino e consciência corporal pode muito bem criar uma postura muito eficiente sobre a bola de golfe.
Como devemos então colocar-nos à bola?
Costumo dizer aos meus alunos para terem uma postura atlética idêntica à postura adoptada por um atleta de ski alpino, para ficarem em equilíbrio mas também preparados para realizar movimento tanto para a direita como para a esquerda. A inclinação do tronco para a frente deve vir das ancas, a parte inferior das costas (zona lombar) deve permanecer plana (ou seja, na posição neutra entre cifose e lordose) e alinhada com toda as coluna vertebral e cabeça. Na fisioterapia dizemos que a postura da coluna vertebral deve estar alinhada pelos 3 pontos: proeminência occipital, apófise espinhoso de D8 e Sacro.
Os joelhos devem ficar levemente flectidos, evitando cometer um erro muito comum entre golfistas principiantes que é dobrar demasiado os joelhos.
Como fisioterapeuta para além de treinador de golfe descobri que a coluna vertebral é um tema com o qual muitos jogadores tem dificuldade, muito pela falta de consciência corporal, o que impede muitas vezes de um jogador poder evoluir e jogar melhor.
Para estes jogadores, mesmo que lhes digam que não precisam estar tão curvados, ou que precisam de endireitar a parte superior das costas ou mesmo que estão muito direitos e precisam inclinar mais o tronco, eles simplesmente não conseguem porque não tem essa consciência.
Porque será que esta noção do corpo se fica só pela mente? Daí que os treinadores não tenham competência para corrigir estes problemas posturais e agem frequentemente como pais a reprimir uma criança, dizendo “endireita-te”.
A postura, tal como outros aspectos individuais, não é algo passível de ser alterada apenas por se pensar nela.
O jogador de golfe precisa de ter essa alfabetização postural. Depois de o conseguir, de ter essa consciência corporal, de conseguir por sua iniciativa activamente corrigir a posição das costas, os outros elementos para ter uma boa postura no address são fáceis de adicionar, como flectir os joelhos e corrigir a posição da cabeça.
Se este é um tema que tem dificuldades, procure praticar yoga ou pilates como complemento ao golfe e em casos mais severos procure ajuda de um fisioterapeuta especialista em Postura como a técnica de Reeducação Postural Global ou Cadeias Musculares de L. Busquet.
Nota: este artigo teve em conta um jogador dextro que joga à direita, o contrário será válido para um jogador esquerdino que jogue à esquerda.
Este artigo poderá ser ouvido no Spotify em Golfe 100 Segredos.