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23/03/2025

O Handicap


Assim que qualquer jogador comece a ir jogar para o campo, a pergunta habitual é: “o que tenho de fazer para ter handicap?”. Sendo uma pergunta pertinente, pois qualquer jogador que se preze tem de ter handicap.
No golfe, cada jogador joga competindo contra o campo, no entanto as pessoas jogam juntas, e como tal podem competir entre elas independentemente de terem níveis de jogo diferentes, graças ao sistema de handicap, que serve para compensar a diferença entre os jogadores amadores.
O termo “handicap” representa a habilidade de jogo de um praticante amador, através de um valor numérico. Esse valor é tanto mais baixo quanto melhor for a habilidade de jogo do praticante. Entre jogadores amadores, este valor numérico varia de 0 a 36, entre homens e senhoras.
Uma das razões que torna este desporto justo é exatamente a utilização de um “Sistema de Handicaps” que tem como objectivo principal possibilitar aos praticantes com diferentes níveis de capacidade de jogo competir entre si em condições de igualdade. Sendo por isso pressuposto que:
  • Todo jogador de golfe conhece e respeita as regras de golfe;
  • Todo jogador de golfe joga com fair-play;
  • Todo jogador de golfe é honesto;
  • Todo jogador de golfe faz sempre o melhor resultado possível em cada buraco e em cada volta;
  • Todo jogador de golfe apresenta o maior número de resultados válidos para a gestão de handicaps.
Em Portugal, a Federação Portuguesa de Golfe adoptou o “Sistema de Handicaps EGA” da Associação Europeia de Golfe como base para a gestão dos handicaps em Portugal.
Para além da aferição da habilidade do praticante, o Sistema de Handicaps EGA baseia-se também na avaliação da dificuldade do campo, fazendo o encontro entre estas duas realidades.
Daí decorre a existência de:
Handicap Exacto EGA
Um número com uma casa decimal indicador do potencial do praticante e correspondente à habilidade num campo de dificuldade média considerado standard no modelo estabelecido pela USGA.
Handicap de Jogo EGA
É o número específico de pancadas de handicap atribuído ao jogador em cada conjunto específico de “tees” de saída em determinado campo.
Ou seja: o Sistema de Handicaps EGA tem como um dos seus objectivos e vantagens a “portabilidade”, no sentido em que o “Handicap Exacto EGA” é transportado para cada campo e ali convertido, consoante a respectiva classificação.

Se é um golfista principiante ou se já tem alguma experiência, entender o que é o handicap de golfe é essencial para aproveitar ao máximo o jogo.
O que é o handicap?
O handicap é um número que representa a habilidade de um jogador de golfe. Ele permite que jogadores de diferentes níveis de habilidade possam competir entre si de forma justa. Quanto menor o handicap, mais habilidoso é o jogador.
Como é calculado o handicap?
O cálculo do handicap pode parecer complicado, mas vamos simplificar. Basicamente, ele é baseado nos resultados dos jogos anteriores. Cada vez que um jogador joga pode registar o cartão de jogo através da área de jogador da Federação Portuguesa de Golfe (my.fpg.pt) ou cada vez que um jogador joga um torneio o cartão é registado pela organização do mesmo. Com o registo desses cartões de jogo e consequentes pontuações, o sistema calcula e actualiza o seu handicap sempre que entra um novo cartão.
Existem diferentes sistemas de handicap em todo o mundo, mas o mais utilizado é o Sistema de Handicap Mundial (WHS, na sigla em inglês). O WHS foi criado para unificar os diferentes sistemas e tornar o cálculo do handicap mais preciso e justo.
Como funciona o WHS?
O WHS utiliza uma fórmula que leva em consideração diversos factores, como a dificuldade do campo, a sua pontuação e a sua consistência. O sistema calcula uma média dos seus melhores 8 resultados dos últimos 20 jogos e utiliza essa média para determinar o seu handicap.
Para que serve o handicap?
O handicap é utilizado em competições de golfe para nivelar o jogo. Ele permite que jogadores de diferentes níveis de habilidade possam competir entre si em igualdade de condições. Além disso, o handicap também serve como um indicador do seu progresso no golfe.
No golfe, através do uso do handicap, jogadores com diferentes níveis de habilidade podem jogar e competir, numa base de igualdade e equidade. É possível partilhar uma volta de golfe com jogadores de diferentes perfis ao nível de idade, género e experiência de golfe e comparar os resultados. Isto consegue-se pelo facto de utilizarem handicaps. E o handicap pode ser usado em torneios oficiais, mas também nas voltas de golfe em geral, com amigos e família.
Além disso, o handicap também permite a cada jogador acompanhar e monitorizar o seu desenvolvimento individual, através do registo de handicap. Por exemplo, no website da Federação Portuguesa de Golfe, os federados podem analisar a evolução do seu handicap consultando a sua área reservada – myFPG.

Conforme os resultados em voltas de golfe, cada jogador recebe um valor que representa a sua habilidade de jogo. Ao competir, o jogador menos habilidoso recebe mais pancadas de handicap, ou seja, pode fazer mais pancadas na volta do que um melhor jogador, para obter o resultado net, resultado esse em que foi descontado o handicap. Ficam assim nivelados de uma forma justa e o jogo fica mais interessante!

Os cálculos oficiais de handicap são feitos de acordo com o Sistema de Handicap Mundial, para se obterem handicaps equitativos e consistentes. Os cálculos são efetuados nos suportes digitais da FPG e acompanhados, para gestão e monitorização, pela respetiva Comissão de Handicap.

O Sistema de Handicap Mundial é complementado com o Sistema de Classificação de Campos, o qual permite a portabilidade dos handicaps. Isto significa que o jogador recebe mais pancadas de handicap num campo mais difícil, do que num campo mais fácil. Seguindo uma metodologia rigorosa, a FPG avalia a dificuldade de jogo de cada conjunto de tees, de cada campo e estabelece os valores de Course Rating e Slope Rating. Daí, é calculado o handicap aplicável em cada conjunto de tees, para cada jogador e que pode ser consultado nas Tabelas de Handicap, no campo, em myFPG, ou aqui. O handicap de jogo pode ainda ser condicionado pelo formato e termos específicos da competição.

O Sistema de Handicap Mundial pressupõe que cada jogador age com integridade, seguindo os princípios e procedimentos dos Sistema de Handicap Mundial, joga de acordo com as Regras de Golfe, tenta sempre fazer o melhor resultado possível em cada buraco, de cada volta e submete resultados para atestar a sua habilidade de jogo.

O sistema é feito para acompanhar a evolução do jogador. As voltas que são usadas para efeito dos cálculos de handicap incluem resultados de 9 e 18 buracos, jogados em torneios ou em jogo geral, mediante as condições e formatos estabelecidos. Tal permite amplas oportunidades de atualizar regularmente o handicap.
Para obter um handicap deves contactar um clube filiado (com autoridade de handicap) ou a Federação Portuguesa de Golfe.

Como jogador federado, para obteres um handicap inicial e porque o sistema de handicap é acessível e inclusivo:

O valor máximo de handicap é de 54.0, permitindo que possas obter um handicap rapidamente quando começas a jogar golfe;
Tens de submeter o mínimo de um resultado aceitável para handicap, ou seja, jogar uma volta de golfe em condições de handicap e certificada pelo marcador;
A Comissão de Handicap, da entidade por onde te registaste, analisa todas as informações disponíveis sobre a habilidade de jogo e conhecimento de Regras de Golfe para te atribuir o handicap inicial.



19/03/2025

Putting ou a Arte do Putter

 


Hoje chegou a altura de falar da tacada mais importante do Golfe, aquela que faz a diferença para ganhar torneios e fazer bons resultados. Muitas vezes fala-se que o putting é um jogo dentro do jogo. É de facto em parte uma verdade, pois é dentro do green que jogamos a bola só pela relva e não a fazemos voar, mas também na verdade, o putting é uma versão em miniatura do golfe. Encontramos no Putting os mesmos problemas e temos de aplicar os mesmos princípios básicos. Embora se possa ver muitos tipos de estilos de Putting nos campos de golfe, podemos observar que os bons jogadores no Putting tem sempre 3 coisas em comum: uma postura enquadrada e equilibrada, a cabeça permanece praticamente estática durante todo o movimento com os olhos alinhados sobre a bola e a face do taco bate sempre na bola da mesma forma, enquadrada. Independentemente da originalidade de determinados estilos de putting, se os resultados forem bons, podemos ter a certeza que estes três pontos serão respeitados. Então deve aplicá-los também.

O método mais utilizado nos circuitos profissionais é sem dúvida o movimento pendular, num triângulo formado pelos braços e ombros a moverem-se a partir de um ponto na base do pescoço. A grande vantagem que este método tem sobre os outros é que poucas estruturas do nosso corpo se movem durante o movimento. 
Outro factor importante é impedir a ação dos punhos, pelo menos para tacadas curtas. A única função que as mãos têm de desempenhar é segurar o taco com firmeza.



Na verdade, ao voltarmos um pouco para o passado, vemos que havia jogadores de grande talento que faziam putts com utilização dos punhos. Nos seus dias bons eram fantásticos, no entanto quando as coisas estavam menos boas, quando não tinham aquela sensação de relaxamento, os resultados eram desastrosos.  Eliminar todas as ações de mãos e pulsos no Putting não tornou os jogadores melhores nos seus dias bons, mas tornou-os muito mais consistentes nos seus dias menos bons. E esta consistência é absolutamente essencial para se conseguir qualquer coisa no golfe.

Durante o movimento do putter, é claro que o putter é apenas uma extensão do movimento dos antebraços. Com este movimento pendular, os braços não são independentes, agem em conjunto, sustentados pelos ombros que giram em torno da base do pescoço. Pode adaptar isto ao seu estilo pessoal. O que é importante aqui é que os braços não se podem mover de forma demasiado rápida e inconsistente, como fariam as mãos. Isto garante um ritmo melhor e uma certa regularidade.

O método do pêndulo tem ainda a vantagem de manter a face do taco alinhada em direção ao buraco ou ao alvo durante muito mais tempo do que qualquer outro método. Isto, obviamente, ajuda na precisão. Mas verá que é apenas em pancadas curtas que o taco não sai da linha do buraco ou do nosso alvo. Na verdade, é praticamente impossível manter o taco alinhado em direção ao buraco durante mais de 30 cm, sensivelmente, depois, a cabeça do taco levantar-se-á do green e seguirá uma curva muito ligeira, tal como acontece com todas as tacadas de golfe, até mesmo o putt, deve rodar em torno do eixo da coluna vertebral. A cabeça do taco sobe dentro da linha do alvo da bola. O erro que deve ser evitado a todo o custo é sair desta linha. 

Para praticar, coloque 2 tacos ou 2 sticks de alinhamento afastados 15 cms, paralelamente à linha bola-alvo e coloque a bola no meio dos sticks. Depois assuma o address e quando bater na bola deve fazê-lo com o Putter a seguir a linha durante cerca de 30 centímetros e depois seguir ligeiramente para dentro numa curva muito ligeira. Esta é a linha natural e correcta ao realizar o Putt. 


Também devemos ter em mente que a maioria dos problemas no Putting são causados por indecisão ou medo, e por vezes ambos, uma atitude positiva é importante. 
Ter os olhos em cima da bola no address é vital. Se os olhos estiverem além da linha imaginaria bola-alvo daremos uma tacada à esquerda, se contrariamente estiverem antes da linha, a tacada sairá à direita. Pode-se verificar o alinhamento dos olhos durante o address pegando numa moeda, colocando ao nível do olho direito ou esquerdo (consoante seja o olho direcional) e soltar a moeda analisando onde cai a moeda, a mesma deverá cair em cima da bola. 




Tente simplificar ao máximo o Putting, adotando o tal movimento pendular que falámos e tente seguir estes 4 passos básicos:
1- inicie o movimento afastando a cabeça do Putter da bola, suavemente, lentamente e acima de tudo naturalmente.
2- mantenha a cabeça do Putter próximo do solo, tanto na ida como na volta.
3- bata a bola com firmeza sem travar a cabeça do Putter antes do impacto. Não altere a velocidade durante a tacada. 
4- mantenha a face do Putter enquadrada e faça-a descer recta na linha por pelo menos 20 cm após o impacto.
Outro conselho que pode ajudar é prender a respiração durante o Putting para evitar que o diafragma levante, eliminando o risco adicional de mover o corpo e a cabeça, ou não fosse o diafragma o músculo com mais inserções em toda a nossa coluna vertebral.

Na escolha do Putter considere cuidadosamente como o putter assenta no chão, levando em consideração a sua postura no address.
O jogador sempre terá dificuldade em acertar bem com um putter que esteja demasiado upright ou seja com a vareta mais vertical deixando a ponta do Putter levantada, nesse caso troque por um putter que seja mais flat, com a vareta menos vertical. O contrário também poderá acontecer. Em qualquer caso, não hesite em consultar ajuda de um treinador ou de um fitter que poderá alterar o lie do Putter.



Em relação também à escolha do Putter, um dos aspectos mais importantes é o comprimento do taco, na maioria das lojas os putters são de 35" ou 36" polegadas, o que são demasiado compridos para a maioria da população portuguesa e não só. No PGA Tour, por exemplo,  a media de comprimento dos putters é de 32" polegadas e estamos a falar de jogadores bastante altos.
Também não troque de putter com muita frequência, tem de escolher aquele que lhe dá melhores sensações e depois mantenha-o. Se fizer um mau Putt há 1% de probabilidade que a culpa seja do Putter e 99% que seja sua.

Também será importante a sua rotina de Putting. A mesma não deve variar. Primeiro, determine a velocidade e a direção da tacada. Depois faça 2 movimentos de ensaio, tentando reproduzir exactamente a tacada que quer realizar. Só então coloquei a face do Putter atrás da bola enquadrada com a linha-alvo escolhida. Alinhe os pés e o corpo. Finalmente, realize alguns ajustes necessários para total conforto e observe a linha da tacada. 
Mesmo que o seu "touch" seja fabuloso, deve adicionar uma atitude mental intencional e uma boa preparação para dar uma boa tacada. Leve o seu tempo, leia atentamente a linha do Putt e as inclinações do green. Visualize a tacada até ver na sua mente a bola a entrar no buraco. 

Na minha opinião, é a duração de backswing que determina a distância da tacada. Quando é um putt longo há apenas uma pequena diferença na força, o que varia é a amplitude do swing. É extremamente difícil controlar o movimento e o alinhamento do taco se alterar a força/velocidade da tacada. 
No Putting, procure fluidez que está na pressão que segura o grip. Deve ser o suficiente para controlar o alinhamento da face do Putter mas leve o suficiente para deixar o peso da cabeça do Putter desempenhar o seu papel. Além disto, adote a mesma pressão manual para todos os tipos de Putting. A pressão no grip deve ser 3/4 em 10. Foi esta a pressão encontrada em jogadores profissionais.
Existe também uma forma ideal de distribuir o peso do corpo no Putting. Consiste em obter o máximo conforto, permitindo que o corpo e a cabeça permaneçam estáticos. 
Quando tiver a treinar, não treine o putter intensivamente, quando o "touch" for bom, saia do green. Não corra o risco de desperdiçar o seu impulso e de se cansar. Quando conseguir 6 ou 7 putts seguidos pare e treine outra parte do jogo de golfe.
Durante o jogo lembre-se que um putt de 3 metros sem linha, mesmo em descida pode ser preferível do que um putt de 1 metro com linha. O segredo está em tratar o Putt longo em descida como uma tacada curta. Escolha uma marca na linha e jogue nela. Então é como um putt de 1 metro sem linha e na verdade está a executar um putt de 3 metros.


Para putts longos, pense essencialmente no comprimento e não tanto na inclinação, claro que precisa determinar a linha geral do Putt mas depois concentre-se só na força. Se faz 3 putts com frequência garanto que esta dica diminuirá o seu Score.
Esqueça os conselhos de linhas de outros jogadores, para além de que só é permitido em torneios de pares, ninguém sabe com que força vai bater na bola, então ninguém lhe pode dar a linha. Além disso, falar muito sobre direção faz "esquecer" da distância, que na minha opinião é o principal critério para um putt longo.
Outra dica muito útil é dividir a distância dos putts longos em 3 partes e observar a ultima parte que fica junto ao buraco, pois é nesse último terço de distância que a bola irá perder distância e consequentemente descair caso haja inclinação na linha.
Treine fundamentalmente para dentro dos 4 metros, pois é dentro dessa distância que deve tentar afundar todos os putts, esta é a maneira de fazer birdies.
Não relaxe demasiado nos putts curtos, a maioria dos putts curtos perdidos é o resultado do relaxamento das mãos antes do impacto. 
Espero que este post tenha sido útil para aprimorar o seu jogo de Putting. Lembre-se de praticar com regularidade e de manter a confiança e a concentração. Boas tacadas.




20/02/2025

Campo de Golfe da Praia da Rocha

 


Foi a "Sociedade Praia da Rocha", que em cujo seio nasceu o "Clube de Golfe da Praia da Rocha", que promoveu o primeiro campo de golfe do Algarve, situado na foz do rio Arade, junto a Portimão. Após a obtenção do alvará, das licenças camarárias e outros documentos, o "Clube de Golfe da Praia da Rocha" arrendou à "Sociedade Foz do Arade", pelo período de 19 anos e por uma renda mínima de cem escudos por ano, todo aquele terreno, onde efectivamente se construiu em 1937 um campo de golfe.




19/02/2025

A Longevidade de Gary Player


Gary Player, um dos maiores golfistas de todos os tempos, é conhecido não apenas por suas conquistas no golfe, mas também pela sua longevidade activa e saúde invejável. Aos 89 anos, ele continua em forma, jogando golfe regularmente e inspirando pessoas em todo o mundo. Mas qual é o segredo dessa vitalidade?

Em primeiro lugar, Gary Player sempre foi um defensor da prática de exercícios físicos. Ele mantém uma rotina de treino rigorosa, que inclui musculação, cardio e alongamentos. Além disso, tem uma alimentação saudável, com uma dieta rica em frutas, legumes e proteínas magras.

Outro fator importante é a paixão de Gary Player pelo golfe. Ele joga desde criança e nunca perdeu o entusiasmo pelo desporto. Manter-se ativo e envolvido em uma actividade que ama contribui para a sua saúde física e mental.

Gary Player também é um exemplo de disciplina e determinação. Ele sempre se dedicou ao máximo para alcançar os seus objetivos, tanto no desporto quanto na vida pessoal. Essa mentalidade positiva e resiliente ajuda-o a superar desafios e a manter o foco nos seus objetivos.

Além disso, Gary Player valoriza muito o tempo que passa com a sua família e amigos. Ele acredita que os relacionamentos são importantes para uma vida feliz e saudável.

Em resumo, os segredos da longevidade activa de Gary Player são:

Prática regular de exercícios físicos


Alimentação saudável


Paixão pelo golfe


Disciplina e determinação


Valorização dos relacionamentos


Aos 86 anos, o tricampeão do Masters revelou que queria manter a sua pontuação em Augusta num número menor que sua idade e a sua velocidade de swing maior que a idade.
Cerca de 12 meses depois, Player disse: "Tenho uma média de par, estou a bater a 240 jardas do tee e já pontuei abaixo da minha idade 3.071 vezes seguidas , o que é um recorde mundial", diz ele.

“Quero chegar aos 4.000, mas não sei se viverei tanto tempo.”

13/02/2025

Entrevista #3 Samo Manhiça (Clube de Golfe da Polana)

 


Hoje temos mais uma entrevista longe de Portugal, temos como convidado Samo Manhiça (SM), presidente do Clube de Golfe de Polana em Moçambique.

Carlos Guerreiro (CG)- Samo, desde já o meu obrigado por ter aceite este convite.

SM- Eu agradeço pela oportunidade e comprimento a todos os ouvintes. 




CG- Começando por um pouco de história, como surge o golfe em Moçambique? 

SM- O Clube de Golfe da Polana surge no ano de 1895, nos terrenos onde se encontravam os depósitos da Caltex na baixa da cidade. 

CG- Esse então foi o primeiro campo, depois surge um segundo campo em que mudam de localização?

SM- Em 1914, o campo do Clube de Golfe da Polana mudou-se para a zona de Sommerschield, bairro da Polana, ocupando uma área onde se encontra a Igreja de Santo António da Polana, o Hotel Polana e toda a zona "A" do Bairro dos Cronistas. Diz-se ainda que o Club House do Clube era logo ali onde presentemente é o Hotel Polana. 







CG- Depois surge o campo atual, numa nova localização? 

SM- A expansão urbana para essa zona obrigou o Clube de Golf da Polana a procurar outro espaço, vindo a estabelecer-se para ter de 1955 com a construção do novo campo de 18 buracos, o atual, ao longo da rua de Inhamiara, no bairro da Polana Caniço "A", ocupando uma área de quase 80 hectares. 

CG- e o Campo de Golfe é propriedade do clube?

SM- Os cerca de 80 hectares do campo foram objeto de uma concessão do município de Maputo, ao Clube de Golfe da Polana, por um período de 50 anos, renovado por um igual período, pelo então presidente do município em 2005. A atual sede, o Club House, o Parque infantil, Piscina, Campo de squash, inaugurado mais tarde, por aí em 1964, é tudo imóveis de propriedade do Clube de Cofo da Plano, implantado em uma área de serventia de cerca de 2 hectares.




CG- Quem foi o arquiteto que desenhou o campo? 

SM- Bom, o arquicteto do campo, não encontrei registos assim oficiais, mas há uma corrente unânime no nome do sul-africano Gary Player. O Gary Player está associado a muitos campeonatos internacionais, deputados no campo do Clube de Golfe, na então direcção presidida pelo João Ferrão. 

CG- Entretanto o campo conheceu tempos difíceis após as cheias de 2000, actualmente em que estado se encontra o campo?

SM- Nas cheias de 2000, três buracos foram destruídos e ainda não foram reabilitados, até porque estas cheias encontraram fragilidades, uma vez que no período que se seguiu a independência nacional, em 1975, o campo do Clube do Golfe da Polana passou uma fase de quase total abandono, tendo sido, na altura, decisiva a atitude de antigos empregados, jogadores, caddies, que com enorme sacrifício e determinação mantiveram as instalações e o campo intacto, evitando dessa maneira e torneando até as diversas tentativas de ocupação. Nessa altura, o campo do Clube de Golfe sobreviveu através de patrocínios, donativos e pessoas de boa vontade. Mas, lamentavelmente, os montantes angariados apenas podiam ajudar à manutenção corrente do campo, por isso até hoje os três buracos não foram reabilitados.

CG - E o layout do campo continua igual ao original ou foi alterado?

SM- O layout do campo mantém-se o mesmo embora tivéssemos de fazer uma adaptação nos buracos 14 - 15 - 16 perdidos nas cheias de 2000 e fizemos outros similares, portanto no buraco 10 temos 2 tees, no buraco 17 temos 2 greens e 2 tees e no buraco 18 temos 2 tees. 

CG - Qual é o par do campo e o Record oficial do campo?

SM - O par do campo era 74 pancadas mas foi adaptado para 72 pancadas ajustando também os strokes index. O record foi feito depois da independência e antes das cheias de 2000 e pertence ao Raul Pereira com 68 pancadas, agora muitos daqueles obstáculos que existiam sumiram e nunca se mexeu no rating do campo. 

CG- Em termos de competição qual é o vosso torneio mais importante?

SM - O torneio que nos encaramos com maior importância apelidamos de torneio mérito que é feito no final da época desportiva do clube e elege o melhor jogador do ano, aquele que é mais regular e o ano passado o vencedor foi Meque Inguana.

CG- Actualmente, quantos sócios tem o vosso clube?

SM- Neste momento temos cerca de 220 sócios, dos quais 140 são efectivos e 80 não efectivos, se comparado com o período antes da independência ficamos aquém dos 300 sócios. 

CG- e qual o preço de green-fee praticado pelo vosso clube?

SM- O green-fee actual é de 800 meticais para uma ronda de 18 buracos.

CG- E o samo como e quanto teve o primeiro contacto com o golfe?

SM- Comecei a praticar golfe no ano de 2000 por influência dos meus 3 irmãos que também são praticantes de golfe, agora tenho um filho e sobrinhos, todos com alguma paixão pelo golfe. 

CG- Em termos de condições de treino, que zonas tem de treino, Driving Range e Putting-green?

SM- Temos um Putting-green que é o nosso cartão de visita, não temos um Driving Range propriamente dito, os nossos treinos são feitos num Fairway improvisado mas temos a zona identificada para Driving Range e neste momento estamos à procura de um sponsor.

CG- Existe loja no clube ou existe uma loja na cidade onde possam comprar equipamento?

SM- Não temos um Pro Shop no clube nem temos uma loja de equipamento em Maputo, a não ser supermercados que de vez enquando vendem alguns acessórios.

CG- Quais são os planos futuros para o melhorar o campo?

SM- Estudos feitos num passado recente revelam que para a reabilitação dos 18 buracos incluindo os 3 perdidos, vedação de todo o perímetro, instalação de sistemas de rega, drenagem, reabilitação dos acessos e outras instalações de suporte, a própria aquisição de equipamento para tratamento da relva são necessários cerca de 3 milhões de dólares. A própria manutenção corrente do campo o estudo revela cerca de 25 mil dólares por mês, no entanto o nosso clube tem de receita de sócios certo de 5 mil dólares por mês. Face a estas situações todas, os sócios chegaram à conclusão que a situação actual não permite sair da sobrevivência precária e que só um projecto imobiliário poderá tornar possível a recuperação do campo para atingir os níveis aceitáveis. 

CG- E como estão a promover o golfe? O que tem feito para atrair mais jogadores?

SM- Para promoção do golfe desenhamos diferentes produtos de repercussão para as empresas patrocinadoras do campo, oferecemos também Golf Days, actividades empresariais, lições de golfe, também garantimos a exposição dos produtos e serviços no campo, para além da publicação da marca, fora disso temos no clube a escola de golfe em que os principais intervenientes são adolescentes jovens com o objectivo de maximizar a prática do golfe no país. 

CG- Quantos campos de golfe existem actualmente em Moçambique?

SM- Em Moçambique temos 4 campos oficiais, em Maputo o Clube de Golfe da Polana e o Campo de Golfe de Xinavane, na Beira temos o campo de Golfe da Beira e na Zambézia o Gurue Golf Club.

CG- Mas o vosso clube foi o único do país até que data?

SM- O Clube de Golfe da Polana foi o único em Moçambique até meados de 1907 altura em que se criou o Campo de Golfe da Beira, mais tarde o de Gurue e mais recentemente o de Xinavane. 

CG- E os dois primeiros campos do Clube de Golfe da Polana já eram relvados ou em terra batida?

SM- Portanto, o primeiro campo era um campo semi-relvado, tinha somente os greens relvados, o resto era tudo areia, tal como o segundo campo, o único campo totalmente relvado é o actual.

CG- Obrigado pela agradável entrevista que certamente vai ser interessante para os meus ouvintes e desejo um futuro risonho para o Golfe em Moçambique. 

SM- O meu muito obrigado por ter reservado um tempo para me entrevistar. Obrigado. 








09/02/2025

Chipping



Esta é a parte do jogo em que qualquer jogador pode ser eficaz, como um profissional, por ser um movimento curto e que não é necessária força. No entanto, um profissional do tour faz apenas duas pancadas, enquanto um jogador amador faz três ou mais. Isto ocorre por duas razões. A primeira é porque o jogador não consegue analisar e "ler" o voo da bola. E a segunda é porque não domina a técnica. Para todas as abordagens de chipping, o jogador precisa localizar um ponto no green ou no avant-green onde quer que a bola caia. É fundamental observar bem o local em relação à bandeira e o local onde está a bola, determinando assim também as inclinações do green. Basicamente, a bola deve cair o mais próximo possível do início do green, cerca de 1,5m para dar alguma margem de erro. E depois rolar até ao buraco. Sempre que possível, a aproximação deve ser com uma trajetória baixa, pois é mais fácil de fazer e de controlar. Logo, é mais segura, mas obviamente depende sempre da posição da bola em relação ao buraco. Não se pode jogar uma aproximação a rolar se houver um bunker entre a bola e o buraco, ou se tivermos a bola num nível muito abaixo do green. Cada situação exige a solução certa, no entanto mantém-se a regra de ouro, que é sempre com o método mais simples que obtemos o melhor resultado. Deixe os shots artísticos para o circo. 

Para compreender melhor a abordagem de um chip, tente imaginar como se estivesse a realizar um putt pelo ar. Deve ver a linha como se tratasse de um putt, mas a bola percorrerá uma parte pelo ar. De uma forma simples, embora varie um pouco de jogador para jogador, conte que um chip com um ferro 7 irá voar 20% e rolar 80%, enquanto um pitch wedge irá voar 60% e rolar 40% e já com um sand wedge irá voar 75% e rolar 25%. Tente treinar com vários tacos, pois terá mais ferramentas a utilizar em cada abordagem. 

Em termos de técnica, não será igual ao putting, pois as mãos devem estar sempre avançadas em relação à bola. No address, a postura deve ser suficientemente firme e aberta para permitir que a linha seja claramente vista e não impeça o movimento pendular dos braços durante o movimento. O ângulo formado pelo braço esquerdo e o taco no address, com as mãos à frente da bola, deve manter-se durante todo o movimento. O chipping é um movimento de swing de braços, permanecendo a posição do corpo praticamente inalterada. Aqui, tal como no putting, só que aqui é necessário manter a flexibilidade dos joelhos para equilibrar o movimento dos braços e manter a cadência, que também é fundamental. Há ainda uma sugestão de transferência de peso para o pé esquerdo para orientar o movimento. O stance deve ser estreito, os pés mais próximos e relativamente abertos. 



Em relação ao backswing, num chip nunca chegamos a realizar o set do taco. Basicamente, é um movimento curto com o taco sempre próximo do chão. Não existe uma regra que diga que um backswing de 70 cm com um pitch equivale a um chip de 15 metros, cabe a todos praticar com vários tacos, desde o ferro 7 até aos wedge, para adquirir habilidade. A amplitude de subida no backswing é essencial para aproximações rolantes. Se a subida for demasiado grande para a distância da pancada, a tendência é abrandar na descida do taco antes da bola. Esta desaceleração traz efeitos dramáticos e o resultado será um golpe sem controle de força e direção, que só vai até metade da distância. Por outro lado, num backswing demasiado curto, o taco não terá tempo para acelerar na descida, ou a cadência do shot deixará de existir. O resultado será bater a bola por cima e não se mexer, ou sair disparada atravessando todo o green. Mesmo as pancadas mais curtas devem ser realizadas acelerando a cabeça do taco na direção da bola, e mantendo sempre o mesmo ritmo controlado. Acima de tudo, não deve apressar o movimento, suba o taco a amplitude que acha necessário, e sinta que pára um pouco até começar a descer novamente, fazendo uma pequena pausa. Isto ajuda no timing. É mantendo este ritmo constante que pode controlar a amplitude de subida do taco. Se o ritmo não for consistente, pode acertar 20 pancadas com exatamente a mesma amplitude, mas todas fazem distâncias diferentes, e não é isto que se pretende. 

Se é um mau jogador de chips, verifique a forma como segura o taco, reveja o grip. Experimente também colocar as mãos mais abaixo no taco, terá mais controle e acertará com mais firmeza na bola. Outro erro comum é manter-se demasiado longe da bola. Isto faz com que a face do taco saia da linha do alvo. Resumindo, o chipping é um movimento de putting pelo ar. Existem várias maneiras de o fazer. Eu pessoalmente prefiro usar um pouco os punhos ao invés de os manter totalmente bloqueados, como ensinam muitos treinadores, isto por uma questão de sensação, de "touch", que é melhor num movimento com braços e punhos.

Este artigo pode ser ouvido através do podcast do Spotify Golfe 100 Segredos: 



21/01/2025

Swing de Golfe

 


Nos artigos anteriores foram abordados os aspectos importantes para o pré-swing, ou seja o grip, o alinhamento/pontaria, o stance/postura e a posição da bola. Dando continuidade à técnica base por onde um jogador iniciante tem de se guiar, vamos abordar o swing de golfe. 

O “Swing” é o movimento combinado entre o taco, mãos, braços, tronco e membros inferiores, sendo essencial que todos eles trabalhem em conjunto criando um movimento correcto e coordenado.

O objectivo único do “swing” é fazer regressar a face do taco à bola de forma correcta/ controlada.




O swing de golfe pode ser dividido em 7 fases:

Pré-swing e waggle 

Takeaway

Backswing

Downswing

Impacto 

Followthrough 

Finish

1- Pré-Swing: envolve tudo o que vimos anteriormente como grip, alinhamento/pontaria, stance/postura e posição da bola, bem como um ligeiro movimento de preparação/descontração antes de iniciar o swing, que se chama waggle, que cada jogador tem o seu próprio jeito, uns avançam um pouco as mãos antes de iniciar o movimento, outras balançam o taco, etc. Este pequeno movimento ajuda a relaxar e diminuir a tensão muscular. 

2- Take-Away: Movimento inicial do swing. A fluidez e qualidade do swing irão ser influenciadas pelo take-away, como tal é uma fase importante. 

Os ombros formam com os braços, antebraços e mãos um triângulo e esse triângulo deverá manter-se durante o movimento até chegar à perna direita, sendo importante que os ombros, braços, mãos e taco se desloquem em conjunto de forma a transmitir uma sensação de bloco – “uma só peça”, não existindo até aqui movimento de rotação das ancas e o ângulo de flexão dos joelhos não é alterado e o peso do corpo mantem-se no lado interior do pé direito.



3- Backswing, onde a seguir ao takeaway temos o set do taco que é criado através da quebra dos punhos (desvio radial de ambos os punhos com ligeira extensão do punho direito) num ângulo de 90º entre o taco e o braço esquerdo;

A ponta do grip deve apontar para um ponto entre a linha do alvo (linha imaginária entre a bola e o alvo) e a linha dos pés (linha imaginária entre os dois pés),

É desta posição que os músculos “grandes” e o tronco tomam conta do movimento. A partir daqui com um takeaway eficiente e o set do taco correcto será fácil adquirir uma posição consistente no final do backswing. O topo do Backswing consiste apenas em colocar o taco e o corpo numa posição efectiva para começar o Downswing e o respectivo ataque à bola. Esta posição não é estática e constitui apenas um ponto de referência inserido num movimento fluido;

No topo do backswing podemos verificar:

Posição da face do taco;

A vareta do taco deve estar paralela à linha do alvo;

Dependendo do tipo de swing, flexibilidade e do grau de rotação dos ombros de cada jogador, a vareta do taco deverá estar quase ou paralela ao solo;

Que o peso foi transferido para o lado direito e se encontra para além do interior do pé;

Ombro esquerdo deve rodar para baixo do queixo;

Costas devem estar a apontar para o alvo e o ângulo da coluna vertebral é mantido (igual inclinação ao pré-swing);

4- DownSwing - A transição do backswing para downswing, é iniciada com um ligeiro movimento de transferência do peso para a perna esquerda, mesmo antes de o tronco começar a rodar. 

Para executar este movimento correctamente é importante que as ancas não impeçam a rotação, girando em direcção ao alvo.

O taco desce e move-se para a frente na direcção da bola no mesmo plano do backswing em consequência da rotação do tronco, braços e mãos;

5- Impacto é o m ouomento em que a face do taco tem contacto com a bola;

É importante perceber que o impacto faz apenas parte de um movimento e é uma passagem do taco pela bola e que conscientemente não podemos controlar. Para tal, um bom impacto está dependente de um bom backswing e downswing. Nesta fase, será importante verificar se o ângulo da coluna vertebral não foi alterado até e durante o impacto. As ancas e ombros devem estar ligeiramente abertas em relação à linha do alvo ou seja já a apontar para a esquerda. Manter o joelho flectido para absorver o impacto e criar boa estabilidade para o resto da rotação do corpo. O punho esquerdo deve estar direito ou até ligeiramente flectido e o braço esquerdo em esticado, de forma a criar uma linha recta entre taco, mão e braço. O peso nesta fase já deve estar maioritariamente no lado esquerdo.

6- Followtrought: a simetria existente num bom swing é novamente evidente nos momentos após o impacto à medida que os braços fazem o “release” da cabeça do taco em direcção ao alvo. A mão direita roda sobre a mão esquerda;

Nesta fase, as ancas rodam mais para a esquerda e o peso está mais sobre o pé esquerdo.

7- Finish: É o terminar do swing, sendo importante que o jogador termine o swing em equilíbrio com uma boa rotação do tronco em direcção ao alvo. O peso quase na totalidade do lado esquerdo.

Este artigo pode ser ouvido através do podcast do Spotify Golfe 100 Segredos https://open.spotify.com/episode/6wNZE8SyNCW0X5zkJGESJ0?si=fJvKE3eRTO2acbbfZulKcQ

06/01/2025

Stance e Postura no Golfe



A postura à bola é muito importante porque controla tanto o plano do swing como o equilíbrio do jogador de golfe. Na minha opinião, a cabeça deve estar sempre atrás da linha vertical que sai da bola, os joelhos devem estar ligeiramente flectidos e o tronco inclinado de modo a que os seus braços alcancem naturalmente o topo do grip. O braço esquerdo deve estar firme o suficiente para formar uma linha recta com o grip do taco até à bola. Não se deve tensionar o braço direito mas sim dobrá-lo ligeiramente. Assim, naturalmente o ombro direito fica mais baixo que o esquerdo e o lado direito do corpo abaixo do esquerdo. 

Uma boa postura no golfe é composta por vários aspectos, a largura correcta do stance, a flexão correcta dos joelhos, o ângulo dos pés e a postura da coluna vertebral.

Um stance muito estreito impede o jogador de gerar potência no swing pela dificuldade de manter o equilíbrio. Por outro lado, se o stance for demasiado largo, o jogador vai ter dificuldade para transferir o peso do corpo durante o swing, sendo que essa transferência é essencial para gerar potência, ritmo e impacto com a bola. Para garantir a largura correcta do stance, pode-se medir a largura dos ombros utilizando um taco e verificar a mesma distância entre as partes internas dos pés. Esta distância deve ser utilizada para ferros. Para madeiras e Driver, essa distância deve ser aumentada em cerca de 5 cms. Para tacadas com ferros curtos/wedges e jogo curto (pitching e chipping) não precisamos de um stance assim tão largo e devemos reduzir a largura em cerca de 5 cms.




Evite abrir as pontas dos pés para fora num ângulo exagerado. O pé direito deve estar num ângulo recto em relação à linha do alvo e o pé esquerdo pode estar num ângulo para fora mas apenas ligeiramente. 


O peso do corpo deve ser distribuído 50/50 entre a ponta dos pés e os calcanhares, assim como 50/50 entre o pé esquerdo e o direito na maioria das tacadas. 


Uma postura correcta é assim crucial para tacadas consistentes, precisas e potentes na bola. Não necessita ser um atleta para conseguir uma boa postura com a bola. 

O swing de golfe é essencialmente um movimento de rotação do tronco em torno da coluna vertebral que não é mais do que o nosso eixo central. Quanto melhor a posição e o ângulo da nossa coluna na posição de address, melhor será durante todo o swing, especialmente no impacto.

As pessoas são todas diferentes e têm posturas naturais diferentes. Mesmo que a postura corporal possa não ser óptima quando está sentado ou em pé, com treino e consciência corporal pode muito bem criar uma postura muito eficiente sobre a bola de golfe.

Como devemos então colocar-nos à bola? 

Costumo dizer aos meus alunos para terem uma postura atlética idêntica à postura adoptada por um atleta de ski alpino, para ficarem em equilíbrio mas também preparados para realizar movimento tanto para a direita como para a esquerda. A inclinação do tronco para a frente deve vir das ancas, a parte inferior das costas (zona lombar) deve permanecer plana (ou seja, na posição neutra entre cifose e lordose) e alinhada com toda as coluna vertebral e cabeça. Na fisioterapia dizemos que a postura da coluna vertebral deve estar alinhada pelos 3 pontos: proeminência occipital, apófise espinhoso de D8 e Sacro. 

Os joelhos devem ficar levemente flectidos, evitando cometer um erro muito comum entre golfistas principiantes que é dobrar demasiado os joelhos. 

Como fisioterapeuta para além de treinador de golfe descobri que a coluna vertebral é um tema com o qual muitos jogadores tem dificuldade, muito pela falta de consciência corporal, o que impede muitas vezes de um jogador poder evoluir e jogar melhor.

Para estes jogadores, mesmo que lhes digam que não precisam estar tão curvados, ou que precisam de endireitar a parte superior das costas ou mesmo que estão muito direitos e precisam inclinar mais o tronco, eles simplesmente não conseguem porque não tem essa consciência.

Porque será que esta noção do corpo se fica só pela mente? Daí que os treinadores não tenham competência para corrigir estes problemas posturais e agem frequentemente como pais a reprimir uma criança, dizendo “endireita-te”.

A postura, tal como outros aspectos individuais, não é algo passível de ser alterada apenas por se pensar nela.

O jogador de golfe precisa de ter essa alfabetização postural. Depois de o conseguir, de ter essa consciência corporal, de conseguir por sua iniciativa activamente corrigir a posição das costas, os outros elementos para ter uma boa postura no address são fáceis de adicionar, como flectir os joelhos e corrigir a posição da cabeça. 

Se este é um tema que tem dificuldades, procure praticar yoga ou pilates como complemento ao golfe e em casos mais severos procure ajuda de um fisioterapeuta especialista em Postura como a técnica de Reeducação Postural Global ou Cadeias Musculares de L. Busquet. 

Nota: este artigo teve em conta um jogador dextro que joga à direita, o contrário será válido para um jogador esquerdino que jogue à esquerda. 

Este artigo poderá ser ouvido no Spotify em Golfe 100 Segredos.